Guerrilheiro negro brasileiro nascido em um dos mocambos do quilombo de
Palmares, o líder mais famoso desse famoso quilombo e cuja vida
tornou-se envolta em mitos e discussões. Descendente dos guerreiros
imbangalas ou jagas, de Angola, com poucos dias de vida foi aprisionado
pela expedição de Brás da Rocha Cardoso e dado ao padre Antônio Melo em
Porto Calvo (1655). Batizando como Francisco cresceu demonstrando uma
inteligência privilegiada, e favorecido pela admiração do padre, aos 10
anos já sabia português e latim e aos 12 era coroinha. Aos 15 anos fugiu
da casa do padre para voltar a Palmares, onde adotou o nome de Zumbi e
passou a trabalhar na liderança dos quilombeiros. Participou da batalha
em que a expedição de Jácome Bezerra foi derrotada (1673). Três anos
depois, em um combate contra as tropas de Manuel Lopes Galvão, foi
ferido com um tiro na perna (1676). Revoltado com a assinatura de um
acordo de paz (1678), rompeu com Ganga-Zumba e foi aclamado Grande Chefe
pelos revoltosos que não aceitaram o acordo. Atacado pelas tropas
lideradas por Domingos Jorge Velho (1694), foi baleado, mas conseguiu
fugir espetacularmente. Um ano depois reapareceu e com cerca de 2000
palmarinos voltou a atacar povoados em Pernambuco, especialmente para
conseguir armas e munições. No entanto, em um dos ataques, um de seus
grupos foi derrotado, e o seu comandante, Antônio Soares foi preso
(1695). Após ser torturado pelo bandeirante e mercenário paulista André
Furtado de Mendonça, este lhe ofereceu a liberdade em troca da revelação
do esconderijo de Zumbi e, em 20 de novembro daquele ano, Soares levou
Mendonça até o esconderijo, na Serra Dois Irmãos. Conta-se que ao ver
Soares, o grande chefe dos revoltosos foi abraçá-lo, mas foi recebido
com uma punhalada no estômago. Os paulistas atacaram e o rebeldes
presentes foram mortos. Seu corpo, perfurado por balas e punhaladas, foi
levado a Porto Calvo, onde sua cabeça foi decepada e enviada para
Recife, que por ordem do governador foi espetada em um poste para
exposição pública até sua total decomposição. O dia 20 de novembro
tornou-se o Dia da Consciência Negra.
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